Caro(a) estudante,
Nesta unidade de estudo, abordamos os principais temas da disciplina ESCATOLOGIA.
Para este fórum, leia o texto a seguir:
A Escatologia Bíblica Investigada à Luz da Protologia
O mesmo Deus que operou a Criação e providenciou o meio de redimir a humanidade após a “Queda”, é o Deus da Recriação, o produto final dos objetivos da escatologia. Dessa maneira, como afirma Brower (2009, p. 726), “no sentido estrito, não se encontra escatologia nas narrativas da criação, mas a consumação não pode ser entendida fora da noção da criação”.
Porque o Deus que disse “haja luz” (Gênesis 1.3), também declarou: “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5). Portanto, a Recriação tem como paradigma a própria Criação, que ressoa sobre ela e oferece valiosos ensinamentos para o seu entendimento. Sendo assim, o estudo da escatologia, pautado pela protologia, é uma excelente forma de nortear a sua análise, tendo em vista a sua íntima relação.
O advento de Cristo é o ápice da esperança escatológica, quando efetuará uma nova criação (2 Pedro 3.13; Apocalipse 21.1). A Recriação deve ser pautada pela Criação. Hase (2004, p. 17), apoiado por diversos estudos a respeito do “gênero no singular, das conexões semânticas e sintáticas e da designação ‘e houve tarde e manhã’ no texto hebraico”, demonstra que todas essas evidências indicam o esforço do autor de Gênesis 1 de demonstrar a ideia de um “dia literal”.
Outra evidência contundente da literalidade dos dias da Criação e do ciclo semanal, é a sua reafirmação por ocasião da promulgação da Lei Moral, os Dez Mandamentos, justificando a observância do quarto preceito com a frase: “porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou” (Êxodo 20:11).
A Criação é, portanto, o ponto de partida do tempo, que começa a ser medido com a formação dos elementos luz e trevas para estabelecer o ciclo diário, o movimento circadiano, sob o qual a humanidade subsiste. Todos os “medidores”, como meses, estações e anos estão sujeitos aos corpos celestes, criados no quarto dia, porém, a semana de sete dias somente é justificada pelo princípio ou o período inicial que deveria nortear o número de dias da semana a partir da Criação.
Dessa maneira, o tempo empregado na Criação sugere um período relativamente curto de tempo para a Recriação. Essa relação da Escatologia com a Protologia pode ser verificada em textos apocalípticos. Hasel (2004, p. 18) argumenta que, devido à entrada do pecado, a Criação, que teve um princípio, também deverá ter um fim. Por essa razão, Aquele que se apresenta como “o princípio da criação de Deus” (Apocalipse 3.14), também se identifica como “o Alfa e o Ômega” (Apocalipse 1.8; 21.6; 22.13).
Por isso, tendo a Sagrada Escritura como pano de fundo, não há como entender de outra forma a relação Escatologia/Protologia, conforme afirma Hasel (2004, p. 18): “Da perspectiva bíblica, o Cristo que estabeleceu o tempo para a existência humana irá na hora certa restabelecer uma nova realidade, criando ‘novo céu e nova terra’”. O autor conclui que, da mesma maneira que na Criação, a Recriação também será instantânea, e cita Paulo: “‘transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta’ (1 Co 15:51-52)”.
Questões para reflexão no fórum
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De acordo com o texto acima, qual seria a melhor definição de escatologia bíblica?
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A protologia é um ramo da teologia que estuda a origem da vida e do mundo sob o ponto de vista bíblico, sendo, portanto, a teologia da criação. O estudo cuidadoso e sistemático da protologia poderia facilitar o entendimento da escatologia? Há ligação entre esses dois ramos da teologia?