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Trindade

Trindade

por LUDMILA MORO MENEZES SOARES -
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1) Ao refletirmos sobre a afirmação de Rodrigo Silva, percebemos que a Bíblia é clara ao afirmar que há apenas um único Mediador entre Deus e a humanidade: Jesus Cristo (1Tm 2:5). Essa mediação é única, plena e insubstituível, pois somente Ele, sendo ao mesmo tempo Deus e homem, pôde oferecer-se em sacrifício perfeito para reconciliar-nos com o Pai. Nenhum ser humano, por mais santo que seja, poderia assumir esse papel redentor.

Contudo, dentro da tradição cristã, especialmente no catolicismo, Maria e os santos são entendidos não como mediadores no mesmo sentido de Cristo, mas como intercessores. A diferença é fundamental: Cristo é o Mediador da salvação; Maria e os santos, pela comunhão dos santos, são vistos como irmãos na fé que intercedem por nós diante de Deus, assim como nós mesmos podemos orar uns pelos outros.

Maria, por exemplo, é honrada como “Mãe de Jesus” e chamada de intercessora, porque confiou plenamente em Deus e esteve unida ao plano de salvação. Os santos, por sua vez, são lembrados como testemunhas vivas de fé e modelos de vida cristã, que podem inspirar-nos a seguir mais de perto a Cristo.

Portanto, reconhecer Maria e os santos como intercessores não diminui a mediação exclusiva de Jesus. Pelo contrário, ressalta que toda intercessão só tem sentido e eficácia porque está enraizada na mediação única de Cristo. Ele é o centro, a ponte, a única via de acesso ao Pai.

Essa compreensão nos ajuda a manter o equilíbrio: agradecer a Deus por Cristo, nosso Salvador e único Mediador, mas também aprender com Maria e os santos a viver uma fé encarnada, humilde e perseverante. Assim, nossa vida cristã se fortalece na esperança e no amor.


2) Concordo com a afirmação de que, na Trindade, não existe hierarquia no sentido de superioridade ou inferioridade entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A doutrina cristã afirma que as três Pessoas divinas são coeternas, coiguais e consubstanciais, ou seja, compartilham da mesma natureza divina. Portanto, não há um “maior” ou “menor” em essência.

No entanto, a Bíblia nos mostra que cada Pessoa da Trindade exerce funções distintas na obra da salvação. O Pai é apresentado como Aquele que envia, o Filho como Aquele que se encarna e se oferece em sacrifício, e o Espírito Santo como Aquele que aplica a obra da redenção em nossas vidas, habitando em nós e nos santificando. Esse papel diferenciado não implica em hierarquia, mas em economia da salvação, ou seja, uma divisão de funções para cumprir um mesmo propósito.

Podemos ilustrar isso com as palavras de Jesus em João 10:30: “Eu e o Pai somos um”. Essa unidade mostra igualdade em essência. Mas, ao mesmo tempo, em João 14:26, Ele afirma que o Pai enviaria o Espírito Santo em nome d’Ele, evidenciando que cada Pessoa age de modo distinto na história da redenção.

Assim, concordo que na Trindade não há hierarquia, mas sim complementaridade de funções. Essa unidade perfeita de amor e missão é um exemplo para nós, como Igreja e como pessoas: trabalhar em harmonia, cada um com seus dons e responsabilidades, em prol de um objetivo maior.